Estamos vivendo um momento único, dentro de casa, por causa de
uma doença ainda sem cura. Isso irá acarretar mudanças no nosso
comportamento, não apenas agora, mas também no futuro.
Como sempre ocorre quando há grandes mudanças, universidades
já estão estudando como está e como será o nosso comportamento. A partir dai
já se sabe que 85% das pessoas estão lavando mais as mãos,
enquanto 61% seguem as orientações de distanciamento social, 75% dos consumidores testaram novas lojas e marcas além, claro,
de novas formas de compra.
Nos Estados Unidos, após décadas de guerra fria, evento que
provocou uma dinâmica de construção de abrigos e da guarda de
víveres, 22% da população está, novamente, estocando alimento e água.
Segundo pesquisadores de Yale, alguns desses hábitos irão, no
futuro, retroceder. Outros, como desinfetar superfícies de
embalagens, provavelmente continuarão, segundo a universidade
British Columbia.
Nas reuniões e encontros de trabalho muito provavelmente as
pessoas perguntarão: mas é necessário estar presencialmente?
Efeitos sociais muitas vezes não relacionados ou pertinentes à
doença poderão ocorrer. Na Índia, após à gripe espanhola, a
população local considerou que as forças britânicas de ocupação
falharam na sua proteção e se revoltaram. Segundo pesquisadores
da Universidade de Cornell, esse foi o estopim para o movimento
que ocorreu posteriormente, liderado por Mahatma Gandhi, que
acabou por dar independência.
Água, sempre ela, beba.
Uma parte de nós, que estamos em casa por mais tempo durante a
quarentena, acaba comendo mais e incorretamente. As comidas
mais saborosas, em boa parte, contém açúcar em excesso. Uma
maneira de mitigar ou gerenciar os efeitos desse açúcar é beber
bastante água. Apesar de ser uma recomendação antiga, beber
água, por essa e outras razões, também funciona na nossa situação
atual.
O excesso de açúcar em nossa dieta pode ter como consequência
uma série bem conhecida de resultados ruins à nossa saúde, tais
como obesidade, diabetes e doenças cardíacas. Estudos
preliminares em moscas de frutas(Drosóphila) indicaram que em
grupos de moscas que receberam dietas ricas em açúcares, mas
que tiveram também excesso de água, tiveram sobrevida em
relação aquelas que não tiveram mais água na dieta.
Como essas moscas compartilham conosco em um conjunto surpreendente de
semelhanças, elas podem e são usadas como referências no início
de estudos.
Claro que isso não significa que beber mais água seja um passe
livre ou uma permissão para se consumir mais açúcar!
Consumir açúcar em excesso é uma péssima ideia e um péssimo
hábito, mas este estudo sugere que nos episódios em que
comemos açúcar em excesso, como agora, beber mais água pode
ser uma salvaguarda, uma pequena proteção, ainda que em estudo.
Mantenha água sempre por perto, pois seu corpo e seu cérebro
agradecem!
O título desta coluna é o cumprimento de um personagem criado na
década de sessenta, dr Spock. Indicava o respeito e o
distanciamento próprio de alguém de outro planeta, de alguém
respeitoso e não tão caloroso quanto nós da Terra, mas mesmo
assim educado à beça. Alguns autores de livros de ciências
consideram o planeta Terra como uma nave espacial. Ela viaja a
centenas de quilômetros por hora, não dá para parar e abastecer
essa nave, nem jogar o lixo fora, nem descer porque embarcou na
condução errada. Se estamos todos nessa nave, então Vida e
Longa e Próspera, pois isso vai passar.
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