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Foto do escritorJean De Paola

Fazendas Verticais e os impactos ambientais

Qual é a relação entre as cores da luz de um led, o crescimento das plantas e os impactos ambientais?



https://www.wired.co.uk/article/vertical-farms

A revista norte-americana Wired tem uma versão no Reino Unido, e é de lá aparece um artigo bacana relacionando tudo isso.


Em Berlim existe uma start up, a Infarm, uma produtora de fazendas verticais, ela desenvolve essas gavetas, como se fossem essas de um gaveteiro, com plantas dentro, então eles fazem gavetas empilhadas (que são chamadas de fazenda vertical) iluminadas por leds, com sistemas automatizados para fornecer água, nutrientes e fertilizantes.


Eles testaram diversas combinações dessas variáveis e, assim como Thomas Edison ao tentar fazer a lâmpada incandescente, não acertaram na primeira. Eles acabaram, nessas primeiras tentativas, gerando uma alface tão fibrosa que parecia um plástico. Mas agora eles acertaram a receita, as plantas crescem belas, saudáveis e saborosas (segundo os clientes), e já vendem para restaurantes na Europa e para (pelo menos um) supermercado nos Estados Unidos. Na figura acima uma funcionária repões produtos nas gavetas, reage na iluminação própria entre cada anda das prateleiras.

O que os, jovens, donos dessa empresa afirmam é que com essas fazendas verticais há uma diminuição dos geradores de impactos ambientais e dos próprios impactos.


Antes de continuarmos sobre este artigo vamos recordar quais são os impactos ambientais mais estudados, para isso, usarei como referência um handbook que reúne as várias diferentes formas metodologias de uma Análise de Ciclo de Vida utilizadas na União Europeia.

Na figura abaixo o que se tem é uma tabela onde na primeira coluna aparecem as metodologias e na primeira linha alguns dos impactos mais importantes.




Assim, os impactos ambientais são vários e nos atingem nos mais diferentes lugares: Mudanças Climáticas(o mais estudado), ataque ou diminuição da camada de ozônio, problemas respiratórios (por inorgânicos), toxicidade humana, radiação ionizante (é aquele tipo de radiação que tem uma quantidade de energia tão grande que consegue retirar um elétron da eletrosfera de um átomo, normalmente esse tipo de radiação pode causar câncer), ecotoxicidade, acidificação, eutrofização terrestre e aquática, uso da terra, consumo de matérias-primas não renováveis.


Voltando ao artigo da Wired UK,


Quais são os impactos envolvidos ou pelo menos diminuídos que foram apresentados?

Segundo a Infarm, as novas unidades desenvolvidas por eles utilizam menos 95% de água, menos 95 % de espaço e menos 75% em fertilizantes do que a agricultura tradicional em terra e praticamente nenhum defensivo agrícola. Isso significa maiores rendimentos, produtos mais frescos e uma pegada de carbono menor.

Isso foi conseguido alterando as variáveis do processo pois a nova tecnologia está permitindo que os produtores alterem os espectros de luz (se você tem uma luz de led você sabe que é possível variar a cor ou seja, mudar o comprimento da onda e a intensidade da luz, luz mais forte ou mais fraca) e manipularem a biologia.


A agricultura é uma indústria global e, para o Brasil é um mercado importante que representa aproximadamente 30% do nosso PIB.

O consumo de comida no planeta irá colapsar a menos que mudemos nossos sistemas alimentares, onde sistema alimentar aqui tem um significado mais amplo do que apenas alterar nosso cardápio, mas de onde compramos nossa comida. Em 2050, a população global será de 9,7 bilhões, 2 bilhões de pessoas a mais do que hoje, 56% da população mundial vivemos em cidades e em 2050 seremos 70%. Se a Índia e a China continuarem crescendo nesse ritmo, e nossas dietas permanecerem as mesmas, será necessário dobrar a produção de alimentos sem destruir a Amazônia para isso.


As fazendas verticais já ganham dinheiro, e pesos pesados, como a Amazon e o SoftBank, estão investindo em várias empresas visando no futuro dominar um mercado que deve valer quase £ 10 bilhões nos próximos dez anos. A Infarm está na frente dessa corrida na Europa. Fez parceria com varejistas europeus, incluindo a Aldi, o Carrefour e a Marks & Spencer. Em 2019, fechou um acordo com a Kroger, a maior rede de supermercados dos Estados Unidos. Os capitalistas de risco entregaram à empresa um total de £ 228 milhões.


A primeira etapa está concluída, verduras como alface, rúcula e manjericão já são produzidas no consumidor, no caso de restaurantes ou nos pontos de venda, nos supermercados. Essas gavetas localizadas dentro ou perto de centros urbanos, reduzem o tempo de transporte da fazenda à mesa e eliminam a logística.


O próximo passo é aumentar o volume de produção. Para isso, esses sistemas de gavetas estão sendo construídos com 18m de altura, o que corresponde a um prédio de apartamentos de 6 andares. Nesse novo arranjo, não há contato humano, apenas braços robóticos trocam as gavetas de posição na busca pelo equilíbrio dos ingredientes e da velocidade de crescimento perfeita. Como o sistema é fechado não há chance de contaminação e por isso, não há a necessidade de defensivos agrícolas. A busca agora é para aumentar a produção de outros produtos como morangos e cogumelos.



https://www.wired.co.uk/article/vertical-farms


ILCD Handbook: Analysing of existing Environmental Impact Assessment methodologies for use in Life Cycle Assessment First edition



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